domingo, fevereiro 27, 2011

ciclo

Eu queria mesmo acreditar.
O sol entrava pelos ouvidos, olhos e boca, saía por mim da mesma forma, meu corpo explodia como um raio solar, eu repetia suas palavras como um hino.
E então essas mesma palavras fazem sentido pra mim de uma forma que nunca havia feito.
Flutuo, voo como uma borboleta, pouso em várias janelas, acreditando no que repeti.
Como sempre, há ainda um alfinete me espetando as costas. Ele entra nos orgãos, provoca imensa dúvida e nenhuma resposta. Fico carregando essa gigante interrogação, pesada e irreparável por muito tempo.
Depois Passo a me sentir uma lagarta. Rastejando e reclamando por aí, chorando sobre as folhas novas da camélia, usufruindo do que ainda resta.
Até que o alfinete vira uma espada, cortando-me ao meio, viro semi-morta, o meu mundo inteiro entra num lago profundo e fica tristemente adormecido.
Mas então você ressurge das fossas do lago, como um verme e me faz repetir outra vez.
Eu ouço e repito. Só depois é que faz sentido.